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Equipe campeã brasileira de futebol de mesa em 2013 |
Em 1975 o Tupi renasce das cinzas, retomando as atividades do
futebol, e conquistava em 1976 o título do Torneio de Integração Regional. O
clube ainda conquistaria por mais duas vezes este torneio, em 1977 e 1978,
demonstrando ter se recuperado das dificuldades do início dos anos 70.
Entretanto, a volta ao futebol profissional só aconteceria em 1980. Retorno
esse que se deve principalmente ao esforço de um grupo de torcedores e amigos
do Galo, que pagaram do bolso todas as suas despesas. Nesta época começava uma
grande demonstração de amor da torcida para com o clube. Participaram desta
comissão: Walter Corrêa (o Canário), que já tinha presidido o Clube entre 1972
e 1976 e voltaria a presidir em 1981, Geraldo Magela, Adão Vadeck Acauhi, João
Pires, Paulo Neves, Ouadi Salomão (Dadú), Jorge Aleixo e Rui Lacerda.
Geraldo Magela, mais uma vez, contribuía para o clube de maneira
significativa:
Olha aí, estamos sempre na frente. O Tupi
não ia disputar, o presidente era o seu Geraldo Coimbra, uma pessoa boníssima,
notável, mas que não tinha condições de tocar, ele chegou e disse não tem jeito,
e então nós resolvemos, eu tive um idéia de reurnirmos alguns amigos, chegamos
a ser chamados de “Os 7 Cavaleiros”, esta denominação foi a imprensa que botou,
e nos cotizamos, compramos material, meião, chuteira, calção, o que podia dar
mais dava um pouquinho mais, o que podia menos dava um pouquinho menos, e os
que não tinham nada dava o trabalho, que era o meu caso, eu fui ser o
treinador. E imediatamente fizemos um sorteio de um carro, olha bem que
sacrifício, muita gente não sabe o que nós já fizemos pelo Tupi, fizemos o
sorteio de um carro e esse carro foi o que nos possibilitou, e o carro acabou,
nós deixamos de vender 5 rifas, e das 5 uma saiu o carro, pela Loteria Federal.
Aí vendemos o carro, e recuperamos o prejuízo. [1]
Além do futebol, que sempre foi o “carro chefe” do clube e o seu
maior promotor, o Tupi, no final da década de 60 e início da década de 70,
passou a se destacar também em outros esportes, entre eles o Futebol de Salão,
a Bocha e a Malha.
Entretanto, muito antes disso, ainda nos 30, foram introduzidas no
clube modalidades como o Basquete, o Ciclismo, o Vôlei e o Atletismo, como
relata a reportagem publicada na Revista do Tupi, 70 anos de glórias[2]. O Tupi, entre os
clubes da cidade, foi o pioneiro a adotar estes esportes no clube, mais uma vez
mostrando a importância deste clube para a cidade de Juiz de Fora. Entre os
maiores incentivadores estava o presidente do Tupi, o Tufy Ahouagi.
Ainda segundo a matéria da revista, entre 1935 e 1950, o Tupi teve
grandes equipes nestas modalidades, dentre os principais atletas estava Paulo
Guedes, considerado por muitos o melhor de todos os tempos, pois ele fazia
parte das equipes de futebol, vôlei, basquete e atletismo. A reportagem ainda
relata que em toda década de 50, o vôlei feminino do Tupi dominava os títulos
da cidade, além de títulos no interior mineiro. Mesmo diante de todas as
dificuldades da época, como falta de investimentos, falta de locais para
treinos e jogos, o clube não deixava de disputar os torneios e elevar o nome do
clube e da cidade. Entretanto a falta de uma entidade oficial controladora
destes esportes forçou o clube a paralisar as atividades destas modalidades na
época. Em 1962, o Tupi inaugurava o seu Estádio Aquático, com o objetivo de
incentivar mais uma modalidade no clube.
O Futebol de Salão também foi uma modalidade inserida no clube.
Entre 1969 e 1971, o Tupi foi tricampeão invicto pela categoria juvenil na
cidade, e um pentacampeonato no adulto, entre 1971 e 1975. Na época, o clube
era destaque das principais páginas esportivas dos jornais da cidade, como uma
das melhores equipes de futebol de salão de Juiz de Fora. Destaques do time
adulto para Fernando, Márcio Castro, Júlio, Paulo Eli, Márcio Lage, Geraldinho,
Carlos Alberto, Carvalho e Jarbas. Apesar das conquistas, o esporte teve uma
breve paralisação, retomando as atividades em início dos anos 80.
A matéria publicada na revista ainda afirma que, o Tupi, no ano de
1971, se interessou por um esporte que seria um dos pontos fortes do clube anos
seguintes e considerado o principal esporte amador praticado no clube, a Bocha.
A prática deste esporte era feita em casas comerciais, bares, botequins e
mercearias, e o Tupi em 1971, construiu a sua primeira raia, sendo um dos
pioneiros em Juiz de Fora, ao lado do Clube Náutico e do Clube Mariano Procópio.
A Bocha foi introduzida na cidade na década de 40, pela colônia
italiana, quando era praticada apenas na casa D´Italia. Ao longo dos anos, o
esporte foi sendo introduzido em outras praças da cidade, as quadras foram se
modernizando, e em 1972 foram iniciadas os primeiros campeonatos, como os
campeonatos da cidade, a Taça Minas Gerais, o Campeonato Brasileiro de Seleções
e a Taça Brasil.
Em 1975 é fundada a Liga Bochófila de Juiz de Fora, por Sebastião
Cícero Aragão. Em razão da grande organização, a entidade se tornou modelo no país,
e se tornou na época a Metrópole da Bocha no Brasil. O Tupi sagrou-se campeão
da IV Taça Minas Gerais em 1978, tendo enfrentado equipes como o Cruzeiro,
Palmeiras, América Mineiro, Praia Clube de Uberlândia, América de São João Del
Rei, Dente de Leite e Tupynambás.
Outro fato que marcou esta época na Bocha juizforana, segundo a
matéria da revista, estimulado pelo Tupi, foi a criação de equipes femininas
para a disputa da modalidade, sendo Juiz de Fora a pioneira ao implantar esta
categoria. A equipe feminina do Tupi chegou a conquistar o bicampeonato do
Torneio Municipal nos anos de 1976 e 1977.
Ouadi Salomão, o Dadú, era considerado um dos grandes
incentivadores do esporte dentro do Tupi, pois acompanhava todas as competições
das equipes carijós. Outro nome importante na modalidade dentro do clube, foi
Sebastião Pires de Almeida. Além de Ouadi e Sebastião, outros grandes nomes da
Bocha do Galo foram Elói, Abiguá, Paulinho, Zizinho, Wilson, Tatão, Waltinho,
Guilherme entre muitos outros.
O Tupi em 1973, tinha uma das
melhores pistas de malha do Brasil. O clube que iniciou suas atividades neste
esporte no ano de 73, chegou a disputar e conseguir grandes resultados na Taça
Brasil, realizada em 1981 no Clube da Malha de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro,
ficando em terceiro lugar. O Galo tinha um departamento muito organizado e com
isso ganhava muitos adeptos ao passar do tempo.
A malha foi introduzida em Juiz de
Fora de forma oficial em 1968, por Nilo Bastos Lima, apesar de já praticada,
porém de maneira irregular, no que se dizem as regras da modalidade. O mesmo
Nilo Bastos introduziu o esporte em diversas praças do interior mineiro como Leopoldina,
Cataguases, Ubá, Bicas, etc. A Malha do Tupi conquistou diversos títulos, como
o título do Interior em 1979 e do Estado em 1980, além de outras grandes
participações em vários outros torneios.
Ainda hoje, o Tupi busca investir em outros esportes além do
futebol profissional; comporta, atualmente, escolinhas de futebol de campo (masculino
e feminino), futebol de salão (masculino e feminino), basquete, handball (masculino
e feminino), natação, boxe tailandês, malha, bocha, caratê e rugby, sendo que
das atividades desenvolvidas, trinta por cento, segundo a antiga diretoria do
clube, são destinadas a jovens carentes. Outra atividade social já desenvolvida
pelo clube foi o escotismo que, inclusive, já levou a bandeira com o
símbolo do Galo para o desfile de Sete de Setembro.
O futebol de mesa, para muitos futebol de botão, é outra modalidade que já rendeu ao clube diversos títulos, inclusive em nível nacional.